Carregando...
Fernando Carneiro

“Você sempre se mostrou amiga, quase uma amante”, diz Fernando Carneiro

Postado em

Fernando Carneiro

 

Curitiba, 26 de maio de 1991.

  

Minha querida Curitiba,

Há tanto tempo que tenho a minha correspondência desativada, não sei mais como começar uma carta, especialmente se tratando de mulher. Dirigir-me a você como “minha querida”, me pareceu, talvez, um pouco íntimo demais.

É uma senhora respeitável.  Por outro lado, chamá-la de Senhora ou Dona, me pareceu muito formal. Como lhe sinto bastante minha, resolvi optar mesmo pela primeira, que melhor traduz os meus sentimentos. Afinal, crescemos juntos…e você sempre se mostrou amiga, quase uma amante.

Embora o tempo vá passando, você não parece envelhecer. Esta cada vez mais bonita e jovial.  O epíteto de “Cidade Sorriso” lhe assenta muito bem.

Você está realmente, sempre sorrindo, sugerindo-nos alegria, seja no inverno, com aqueles dias típicos de geada e céu azul intenso, e de sol a brilhar.  E é tão bonita que poderia disputar o adjetivo de “Cidade Maravilhosa”, mesmo sem mar, porque alem de bela você é alegra, é generosa, oferecendo o que dentro de suas limitações desejar.

Cada vez que me afasto de você é que me dou conta de quanto de amo,fico solado de saudades, e …feliz quando volto. Sofro com suas vicissitudes. E olha que esta maneira de julgá-la, não é só minha.

Todos curitibanos fariam eco comigo, e não só eles.  Também aqueles que vieram em busca de melhoras plagas e que aqui se deixaram ficar, adotando-a como deles.

O que mais podia dizer?

Abençoada seja!

Até sempre.

 

 

FERNANDO CARNEIRO (in memorian)

Arquiteto

Professor da Escola de Belas Artes

Formação no exterior em Urbanismo

Historia da Arte

Livre Docência

Enviar por e-mail
Verified by MonsterInsights