Curitiba, 13 de janeiro de 1991.
O que se este imigrante libanês pode dizer a Curitiba é:
‘‘muito obrigado por tudo que lhe deu’’.
Estava eu aos 17 anos em minha cidade natal e percebia a quantidade de compatriotas que embarcavam para um país chamado Brasil e voltavam coroados de êxito.
Então, pensei comigo, porque eles podem sonhar e eu não?
Tinha ouvido falar numa cidade chamada Curitiba e decide que aquele seria o lugar onde iria desembarcar minhas alegrias e esperanças.
Quando aqui cheguei, fiquei maravilhado por esta cidade limpa e com uma cultura tão diversa. Olhei suas praças, ruas, logradouros com uma curiosidade que beirava a de uma criança, pois tudo era novidade e tinha um colorido ímpar.
Comecei a trabalhar como comerciante na área de confecções, na Praça Tiradentes e pude aos poucos sentir o afeto das pessoas que contribuíram para
edificar esta, que é hoje uma metrópole.
Constitui família, meus quatro filhos cresceram brincando pela praça onde edifiquei as Casas Feres. Eles se formaram, dois deles se casaram e hoje vejo meus netos brincando no lugar de meus filhos.
Sorrio e meus olhos passeiam por esta cidade e não enxergam mais o seu fim.
Por muitos anos fui líder da comunidade árabe no Paraná. Conheci várias embaixadas
e pude aprender muito com pessoas admiráveis.
Esta cidade me emociona. Vejo suas avenidas, suas canaletas de expresso copiadas em outras capitais, seus bairros prósperos e seu pulmão de área verde.
Lembro-me então dos meus 17 anos e tenho a certeza de que fiz a escolha certa.
ALI FERES MESSMAR (in memorian)
Empresário
Diretor Fundador da Casa Feres (Magazine Geral Ltda.)