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Rafael Greca de Macedo

“A cidade é uma rua que passa por muitos países” , relata Rafael Greca de Macedo

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Rafael Greca de Macedo

 

 

Curitiba, 17 de fevereiro de 1991.

 

“A cidade está no homem, assim como a árvore voa no pássaro que a deixa”.

“A vida é um pesadelo que só pode ser transformado pelo exercício das faculdades criativas”.

“Para quem caminha ao encontro do sol, é sempre de madrugada”.

“A cidade é uma rua que passa por muitos países”.

“Tudo na vida é memória, é momento, ou é esperança, só o Eterno é ao mesmo tempo, e no mesmo local, memória, momento e esperança”.A cidade permanece enquanto tivermos memória. Não somos a Cidade. E somos eternos. Se todas estas frases são axiomas da verdade, então escrever para Curitiba, é revelar a alma diante do espelho. Nada há que possa ser escondido. Nada permite simulação.

Quando se fala com a Cidade, fala-se  diante do espelho. E, falando-se diante do espelho, havendo luz, nada pode ser subtraído.

Por isso, Curitiba, não poderia deixar passar a chance desta carta aberta, pedindo que não se deixe esmagar por interesses alheios à sua história.

Sabemos, meia Curitiba e eu, que tudo na vida são apetites e aspirações.  Por apetites se entendem todos os desejos humanos que se enredam na horizontal, tramas da política rasteira, incapacidade de melhorar o mundo. Por aspirações se entendem todos os anseios humanos que se elevam na vertical, brotam do âmago dos seres, enquanto projeto de existência, e buscam as coisas do alto, dos cosmos, do infinito.

Enquanto os apetites nos cravam em valas e sepulturas, as aspirações nos elevam, dando sentido à vida, revogando o pesadelo de existir por existir.

Saibamos, meia Curitiba e eu, que já não dá para esconder antiga aspiração de meu coração curitibano,  -o exercício integral da boa política. A política capaz de conciliar  palavras e atos. A política capaz de servir a verdade sempre antes da sobremesa, e advogar o direito de todas as manhãs, mesmo as mais cinzentas, á luz do sol da liberdade fraterna e solidária.

A boa política que evitará que a Cidade seja esmagada por interesses alheios à sua história. A boa política de difundir a igualdade de oportunidades iguais.

Ao escrever esta carta a Curitiba, quero convidar todos os curitibanos a prepararem o seu coração para a data dos nossos 300 anos.  Vamos comemorá-los com o renovado propósito de servir ao bem comum, com toda a lealdade, todas as forças, em todas as instâncias, pois comemorar é conhecer.

Curitiba, minha cidade, conte comigo.

  

RAFAEL GREGA DE MACEDO

Deputado

Engenheiro

Economista

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