MARIA ÂNGELA TASSI SIMÕES TEIXEIRA
Fascinada por girassóis, copos-de-leite, janelas abertas mostrando paisagens, mesas com • cafés-da-manhã, momentos do cotidiano com fiquras humanas, como
lavadeiras ou mulheres flagradas no exercício de seu trabalho, enfim,
tudo o que traz calor humano, paz e tranquilidade:
A artista plástica Maria Angela Tassi Simões Teixeira,
também explica o porquê de sua paixão pelo girassol. É uma flor que acompanha o movimento do sol e, além disso, muito alegre. Lembra luz. Ela declara seu amor
a tudo o que traz vida e calor. Tem consciência de que a força interior comanda tudo e para isso se deve viver em união com Deus, em todos os momentos, e nada temer.
Sob questões comuns. eia ensina que o máximo que pode acontecer é levar um não.
Mas a vida continua e aí ela lembra que se deve tentar novamente. Com humildade, percorre as diversas Galerias de Arte para receber energia como alimento para a própria alma.
Para a artista, a vida é sempre maravilhosa e colorida.
Como ela mesma, dirão os que a conhecem.
VIDA – Devemos viver intensamente o dia de hoje, o agora, usufruindo e vivendo cada momento. A vida é uma só.
DEDICAÇÃO – O sucesso profissional e pessoal exige muita dedicação. A vida é -um dom divino, mas não é fácil, precisa de atenção diária.
FILHOS – Casada com o.Juiz de Direito José Simões Teixeira, mãe de três adolescentes; Maria Ignêz , Luiz Afonso e José Filho, que exigem muito de mim .Mas eles também compreendem e colaboram na medida do possível .Toda a família sente um certo orgulho do meu trabalho. Tenho horário para pintar e nesse período, eles não contam comigo. É meu momento de criação e eles respeitam.
DISCIPLINA – Com isso, eles também aprendem a se disciplinar e a dividir o próprio tempo. Já aprenderam que a realização no trabalho também proporciona felicidade.
PAIXÃO – Além da pintura, amo a música. Sinto prazer ouvindo boa música. Nas horas de descanso, ouso executar ao piano, nos intervalos da pintura algumas peças. É um encontro com o divino.
FLOR-DA-PELE – Todo o artista tem a sensibilidade à flor-da-pele. Por isso que as emoções são encaradas com tanta intensidade.
CAMINHOS -A pintura me atrai desde pequena. Incentivada por meu pai (aluno do grande mestre Alfredo Andersen) mesmo amador, era muito talentoso. Rígido e exigente nos ensinamentos com que me iniciou. Ao vê-lo entre tintas e telas, da imitação espontânea, própria da criança, parti para a aprendizagem. Ele, com paciência e carinho montava telas em madeira compensada) familiarizando-me com as cores, pincéis e a aquarela. Fui aprendiz dedicada, mas ao mesmo tempo rebelde, fazendo das linhas e cores, movimentos nos traços e pinceladas caracterizando um estilo pessoal.
INÍCIO – Aos três ou quatro anos de idade, fiz uma mulher muito colorida, de saltos altos, bolsa e chapéu, eram as mesmas cores intensas que sempre me agradaram e que uso ainda. Papai enlevado, pôs na moldura e exibia minha pequena obra orgulhoso. No colégio durante aulas enfadonhas e cansativas, punha-me a desenhar e retratar colegas e o professor.
INTUIÇÃO – Dentro da criatividade me deixei levar pela intuição. Nem sempre é fácil seguir um caminho próprio, É necessário muita pesquisa, estudo, trabalho contínuo e muita observação.
ARTE – Lecionei durante 25 anos e sempre tive a arte como auxiliar preciosa em todas as áreas.
LONDRINA – Depois de passar muito tempo por diversas comarcas, onde meu marido foi juiz, chegamos em Londrina. Meus filhos já crescidos, precisavam menos de mim. Recomecei então, com um curso de Gravura, onde exercitava as técnicas de xilogravura, gravura em metal, monotipia, mas encontrei maior predileção pela serigrafia, onde pude me expandir e encontrar meu caminho. Mais tarde, já em Curitiba pude completar minhas pesquisas fazendo litogravura.
INSÓLITA – Foi com minhas primeiras gravuras, que ousei mandar para a primeira Mostra de Gravura de Curitiba, no Museu da Gravura-Solar do Barão. Eram. cenas de café-da-manhã, com bules e xícaras, onde coloquei figuras insólitas e inesperadas. Fui aceita. Assim estimulada, não parei mais, me profissionalizando. Foi aí o início de uma nova vida no mundo das artes.
LUTA – Foi assim que me expandi e luto para ir cada vez mais longe, em constante renovação, pronta para aceitar novos desafios, quebrando barreiras, passando pela aquarela, giz -pastel, bico-de-pena, sempre experimentando e criando. No óleo sobre tela, onde agora dedico mais atenção, creio estar conseguindo desenvolver um trabalho diferente e pessoal dentro do figurativo-contemporâneo.
INSPIRAÇÃO Às vezes, em vez do sono, chega a inspiração. Começa com um pontinho e vai crescendo, até transbordar na obra que realizo.
CRIATIVIDADE – Assim o artista é levado ao desafio de transformar a simplicidade do dia-a-dia em arte, pois cria através de sua visão algo especial e que encanta.
RECEPTIVIDADE – Levei meus trabalhos para várias Galerias de Arte no exterior, Nova York e cidades da Europa, felizmente com boa aceitação. Recentemente em Roma, numa exposição coletiva, na galeria La Pígna, pertencente ao Vaticano. Fui distinguida com uma sala especial, com excelente aprovação da crítica. Possuo várias obras em acervos nestas cidades e também em Guimarães, Portugal, Eslováquia, Japão (Osaka e Tóquio) Maputo no Continente Africano.
HORIZONTES – O artista deve estar sempre se reciclando, aberto a influências que venham através de pesquisas, viagens e contatos. Continuar enriquecendo-se em conhecimentos, crescendo e produzindo. Horizontes estes que vão ajudá-lo a compor e a montar um trabalho atualizado de acordo com seu tempo.
LUXO – Viver de arte no Brasil é muito difícil, principalmente quando as pessoas estão lutando em primeiro lugar, por alimentação, saúde, vestuário, enfim o básico .. No Brasil, arte é luxo, quando na verdade deveria ser encarada como um instrumento de cultura que apoia e estimula a luta do dia-a-dia. Mesmo assim, artistas brasileiros vão fazendo seu nome e até sucesso no exterior. Na minha caminhada, estou subindo, aos poucos, evoluindo …