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O meu trabalho é um ato de amor

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ESTELA CARMEN PEREIRA SANDRINI

Para ela, a responsabilidade é um ato de amor,
o artista plástico é um ser solitário e a coisa mais importante na vida são os relacionamentos humanos.
Para passar suas emoções e sua particular visão da vida,
do espaço e do tempo em que vive, a artista plástica Estela Carmen Pereira Sandrini explode em cores vibrantes e formas arrojadas e belas.
Em 30 anos de arte, passando por inúmeras mutações, ela colheu e colhe inúmeros prêmios em salões nacionais e internacionais.
Crítica e consciente ela não se preocupa em fazer trabalhos comerciais, mas sim arte com linguagem no plano bidimensional.

 

FORMAÇÃO – Minha formação artística teve início aos 16 anos no atelier do Guido Viaro e me formei no Curso de Pintura na Escola de Música e Belas Artes do Paraná em 1967.Na escola, recebi um bom fundamento teórico e uma intensa formação técnica. Ainda estudante, casei-me com Rômolo Sandrini, pediatra que se dedica à pesquisa universitária. Temos dois filhos, Giovanna e Juliano. Iniciei minha trajetória artística em busca de um trabalho contemporâneo e me dediquei à pesquisa formal. Além do trabalho, dou importância às relações humanas, o que se pode passar de um para o outro. Em 1970 fomos morar em Buenos Aires. Lá comecei a trabalhar em um atelier de escultura, onde tomei conhecimento de diferentes materiais, como resina de poliéster, ferro e cerâmica. Foi um tempo de grande aprendizado e de intensa produção.

ESCULTURA – Retornando à Curitiba, fui ser orientadora de escultura no Centro de Criatividade. Ao mesmo tempo, desenvolvi um trabalho junto às internas da Penitenciária Feminina. O objetivo era mostrar um mundo diferente. Elas o traduziram como a mudança da página policial pela cultural. Foi possível, com isto, até diminuir a reincidência carcerária. Foi uma atividade gratificante. Também ministrei aulas no Curso de Desenho Industrial da PUC/PR. Mais tarde trabalhei na programação cultural (Artes Plásticas), da Secretaria da Cultura do Paraná. Atualmente sou professora da Escola de Música e Belas Artes do Paraná e continuo com minha produção artística.

PRÊMIOS – Participei de 38 Salões Nacionais. Recebi prêmios nos Salões de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Goiás, a maioria destes na década de 80. Tenho acervos nas seguintes coleções: Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Olinda; Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba; Museu de Arte de Santa Catarina, Florianópolis; Museu de Arte Contemporânea de Goiás, Goiânia; Museu da Gravura Cidade de Curitiba; Museu de Arte Brasileira – Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo; Museu Metropolitano da Cidade de Curitiba; Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro; Gallery ofthe Rubíe Blake Center, Baltimore,MD,USA; The BrasilianAmerican Cultural Institute, Washington, DC, USA; Maryland Instítute of Arte.USA. Coleção particular de Gilberto Chateaubriand.

CRÍTICA – Nos Estados Unidos participei de atelies da Universidade de Maryland, onde convivi com um grupo de artistas, pessoas abertas a todas as manifestações artísticas, onde a forma de competição se diferencia da nossa. A avaliação dos trabalhos são feitas em conjunto, nos atelies, onde todos argumentam, expõe suas posições com elogios e críticas. É uma posição corajosa e madura, sobretudo construtiva.

TRABALHO – Meu trabalho não é de fácil comercialização. No entanto, não há uma preocupação exclusiva com isso. Minhas obras são vendidas por indicação de colecionador para colecionador.

MUTAÇÃO – Em 30 anos de dedicação à arte, passei por algumas mudanças. Comecei com esculturas em resina e poliéster; depois passei ao desenho com temáticas do cotidiano feminino. Hoje, meu trabalho é construído com linhas puras, invadidas pelas manchas, embora permaneçam detalhes isolados dos objetos.

LINGUAGEM -A minha linguagem é contemporânea, permitindo uma leitura mais aberta, É tradicional apenas na apresentação, por ser, o óleo sobre tela, bidimensional.

ARTE – A arte curitibana mantém um bom nível. Porém, o artista paranaense ainda é tímido. Temos uma ligeira tendência a valorizar mais o que vem de fora. Exemplo disto é o próprio painel externo da Prefeitura de Curitiba, que é de um artista de fora. Há falhas, como falta de marketing, e envolvimento da sociedade com a cultura.

MUSEUS -Nossos Museus são bons, alguns com porte internacional, como o Museu ·Metropolitano. Contudo, pela falta de informação e tradição, são pouco visitados.
Curitiba merece uma sala para grandes exposições.

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