ELIZABETH VICENTIN SCHWAB
Acreditando que o profissional se forma, acima ‘de tudo,
pela força de vontade, a estudante de Administração de Empresas, Elizabeth Vicentin Schwab com vocação para trabalhos manuais, fez cursos de lapidação, trabalhou com bijuterias, joias e com restauro em sua ourivesaria.
Mas no momento em que ela mesma se define como estando a mil por hora nos designers de joias, corajosamente, deu uma guinada de 180 graus
e assumiu a Corretora de Seguros do marido, quando ele montou uma seguradora.
Inteligente e bem resolvida, ela faz da corretora, o seu ganha-pão básico.
É do seu atelier de trabalhos manuais, a sua terapia.
O resultado é uma mulher equilibrada e feliz.
CORAGEM – Foi com grande coragem que enfrentei o desafio de assumir a Corretora de Seguros. Foi um começo muito difícil. Comecei a estudar, pesquisar e aprender. Continuo aprendendo. Tudo está nos livros. Estudando e pesquisando a gente vai longe hoje eu vejo o seguro como uma coisa fantástica… de grande cunho social.
ALICERCES – O seguro social representa um respaldo excelente para a família, quando o seu provedor morre. É muito importante que a família tenha algum bem em que se alicerçar. Essa preocupação fez com que eu estudasse muito e me aprimorasse no setor.
CAUTELA – A nossa “Cautela Seguros” já vai fazer 25 anos em 98. Atualmente somos 16 pessoas trabalhando. A minha irmã, Rosana Vicentin Pizatto, que eu considero uma das melhores técnicas do pais – com cursos até no exterior , cuida da parte técnica e eu da administração.
COLORIDO – Depois que nós assumimos totalmente a corretora, abri o meu atelier. Nele faço diversos trabalhos manuais, como enxovais, toalhas para buffets, coisas elaboradíssimas. Faço artesanato com diversos materiais, desde peças de juta até outras mais delicadas e sofisticadas. Cada pessoa tem um estilo, um desejo; então, faço os desenhos de acordo com a personalidade de cada cliente e dentro do espírito de cada evento … Eu adoro as coisas diferentes. A vida é colorida e o glamour não custa caro. É feito apenas de algum detalhe, de um toque de requinte …
CABEÇA – Uma mesa bem-posta, uma sala arrumada, coisas bonitas e um leve toque de classe fazem bem à cabeça. Amenizam a correria e as dificuldades do dia-a-dia … No meu trabalho, por exemplo, as mudanças ocorrem com muita frequência. Eu tenho de me atualizar sempre. Depois de um dia trabalhoso e extenuante vou para o meu atelier, coloco uma boa música, leio bons livros e começo a criar. Eu curto aqueles momentos e, no dia seguinte, me sinto nova, revigorada e de muito bom humor.
DIA-A-DIA – Passo a manhã inteira na corretora e até almoço lá. No período da tarde visito clientes. Algumas noites vou a reuniões como participante da Associação das Mulheres de Negócios e Profissionais de Curitiba. Além disso, fui eleita segunda secretária da Federação Nacional e, ainda, participo da Associação de Amigos do HC … Faço palestras sobre seguros, falando como consumidora. Sempre me ponho no lugar· do meu cliente. Avalio custo e benefícios. Sou muito crítica.
FANTASIA – Nós mulheres, sempre levamos a fama de sermos barbeiras ao volante de um carro. Isso é pura fantasia. E é tão verdade que pagamos seguros mais baratos. A mulher não dá despesas como os homens. Em 1990 pedi um levantamento nos Detrans de todo o País. Verificamos que a mulher dificilmente causa perdas totais à seguradora. Essa é uma estatística nacional. E prova que a mulher é mais cuidadosa e responsável ao dirigir um carro.
MULHER – Quando minha irmã e eu assumimos a direção da corretora, um cliente ligou para nós e deixou de fechar negócios conosco porque éramos
mulheres. Foi chocante a reação dele. Mas hoje, 90% dos nossos clientes são empresários. Infelizmente as mulheres são as nossas piores rivais. Esse posicionamento, machista é triste. Nós representamos uma força poderosa.
POTÊNCIA – Eu não admito que definam o Brasil como um país de Terceiro Mundo. É verdade que temos diferenças sociais, mas nossa potência e nossas riquezas são fabulosas. Falta apenas que os brasileiros tenham consciência dessa força …
LAPIDAR – Em 1808 foi fundada a primeira seguradora brasileira, com o nome de Boa Fé . Até agora, diante do resto do mundo, o Brasil é apenas um bebê no setor de seguros, ainda está sendo lapidado. Como podemos ser chamados de Terceiro Mundo se temos tudo o que temos?
PERDAS – O maior roubo que o Brasil está sofrendo é de cérebros. Basta observar. Em todos os setores mais importantes do mundo sempre há um brasileiro. Estão roubando nossos cérebros e ninguém faz nada. Nossos cientistas estão indo embora. Temos de investir nesses setores para que todo esse potencial não se perca.
LIBERDADE – Minha família é numerosa. Somos em cinco irmãos. Cada um de nós lutou muito para ganhar o seu próprio espaço e a sua liberdade. Nós o conseguimos com muita responsabilidade. E só o conseguimos porque tivemos o apoio de nossos pais, pessoas simples que souberam criar os filhos para o mundo. Nos ensinaram o que é a vida, o moral, o civismo, a responsabilidade … Eu os admiro muito. O meu marido também é uma pessoa muito especial. Ele é companheiro, amigo e segura todas as minhas barras, as minhas loucuras. Sempre me incentivando. Eles são a minha sustentação. E eu devo muito a eles.