Presidente atual do Conselho Deliberativo do Movimento Familiar “A Voz do Silêncio”. Tânia Cascaes é uma daquelas personalidades cuja sensibilidade conduz a sociedade para caminhos mais justos e humanos. Formada em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná, sempre batalhou por causas sociais, fazendo desta sua bandeira de bem viver:
Educadora nata, transforma a arte de ensinar em aprendizado completo, a tantos que abraçaram sua causa de lutar pelos direitos dos portadores de deficiências. Sua trajetória se reveste na missão de transmitir seus conhecimentos, cada dia aprimorados, para que outras pessoas possam lutar; mudas vezes, por quem não tem voz porque não conseguem ouvir.
Natural de Uberaba – MG, Tânia chegou em Curitiba em 1969, constituindo família, tendo como cenário a profícua terra dos pinheirais. Seus filhos, Tatiana, Eliana e Caio Lúcio, incentivaram para que a nobre causa de reabilitar pessoas com deficiência auditiva fosse uma saga, jamais abandonada em tempo algum. Todos se somaram para que ela conseguisse com galhardia transpor obstáculos familiares e se tornasse verdadeira missionária das crianças com problemas auditivos, sendo seus ensinamentos o som maior de tantas famílias.
Tudo começou na Escola Épheta, onde Tânia acompanhou a rotina e o desenvolvimento das crianças, bem como transformou a angústia de tantos pais numa grande esperança do dia-a-dia. Somou esforços para auxiliá-los por meio de palestras, de depoimentos e de debates. Mais tarde, ela ingressou no Movimento Familiar ”A Voz do Silêncio”, onde atua há longa data, tanto na área administrativa quanto política, a conseguir das autoridades recursos para viabilizar projetos que, para tantos, passariam desapercebidos.
O Movimento é uma das principais entidades de apoio ao deficiente auditivo em Curitiba. Além de prestar todo tipo de atendimento às famílias, a “Voz do Silêncio” habilita o deficiente auditivo para inserção no mercado de trabalho, treinando e reciclando também os funcionários que exercem funções ao lado de tantos que necessitam de ajuda. É dessa forma que Tânia consegue o resgate da cidadania, de pessoas que não teriam espaço em todas as profissões, se fosse levada em conta somente a carência de um dos sentidos.
A exemplo dos Correios, o empresariado já começa a se conscientizar da importância dessas conquistas, abrindo o mercado de trabalho para os portadores de deficiências seguirem carreira e poderem se estabilizar profissionalmente.
As experiências de Tânia com os movimentos sociais não ficam por aí.
Quando atuou como coordenadora social na Fundação Copel, conseguiu mobilizar quase que a unanimidade dos funcionários da empresa na “Campanha contra a Fome e Miséria” do sociólogo Betinho, distribuindo com a renda obtida, mais de 20 mil cestas básicas para a população carente. Também participou da mobilização da comunidade na organização do Seminário. “O Menino e a Rua”, que ficou registrado na história da empresa. Suas conclusões serviram de parâmetro para muitos líderes repensarem as causas da criança e do adolescente, com soluções inéditas, até hoje estudadas e aplicadas com sucesso.
Nessa mesma época, Tânia foi uma das fundadoras da segunda Escola de Formação Política do País, atuando como professora de Sociologia Política e Secretária-Geral. A Fundação, suprapartidária, preparou durante três anos muitos líderes do atual cenário político.
Paralelamente ao trabalho do Movimento Familiar ”A Voz do Silêncio”, Tânia recentemente concluiu seu curso de pós ~ graduação em Magistério Superior, apresentando monografia intitulada “Uma Análise do Cidadão tipicamente Curitibano e suas Relações Socioculturais no Contexto Nacional”, que lhe rendeu o título de especialista.
TÂNIA
Nasci em Minas Gerais, de lá vim com meus pais para Santa Catarina. Meu pai tinha sido transferido para Blumenau. Ele era jornalista e radialista, vindo para o Sul ocupar o primeiro cargo de repórter do Ministério da Saúde na região. Meu pai criou o programa “Repórter Catarinense”, no qual atuava como comentarista e âncora. A importância social e histórica do programa, numa época em que Santa Catarina era um dos estados com maior incidência de malária, foi tanta que ele consta na maioria dos anais de pesquisa da época.
Meu pai também tinha, por ser jornalista, um lado boêmio que acabei absorvendo. Adoro sair com meu marido para ouvir música ao vivo, apreciar um bom vinho e bater papo com os amigos.
Acho muito importante o novo papel da mulher na sociedade contemporânea. Gostaria de vê-la utilizando tudo aquilo que já conquistou em prol da sociedade, tornando-a mais sensível, humana e solidária.
Meu lado místico, eu volto para ajudar as pessoas. Tenho uma grande capacidade de aglutinar energia positiva e reverter isso para aquelas que estão à minha volta.
Meu objetivo atualmente é conquistar um espaço maior no mercado de trabalho. Atuo como colaboradora em diversas entidades, mas gostaria de, profissionalmente, atingir mais expressividade na Sociologia Paranaense.
O melhor caminho para alcançar qualquer objetivo é a sinceridade. Meu marketing é a autenticidade.
Sou colaboradora do jornal “Viver”, um periódico voltado para a terceira idade. Tive a oportunidade de escrever a primeira crônica.
Adoro ler. Gosto de livros que falem do crescimento interior e psicologia.
Sou formada em francês, trabalho informalmente com traduções. Admiro a cultura francesa e, sempre que posso, vou à França.
Todo esse meu envolvimento com as causas sociais, dá uma sensação muito confortável de dever cumprido. É como se eu estivesse colocando em prática o que a Bíblia nos ensina de mais importante: ”Ame o teu próximo como a ti mesmo”. Esse é o segredo da felicidade.