Quem conhece Mariléa, uma senhora bonita de gestos delicados e fala suave, pode conferir em seu semblante a segurança e a tranquilidade de alguém que lutou, cresceu e venceu. Bom astral, vê alegria e felicidade nos mínimos detalhes. Experiências, ela teve multas; passagens de sua vida que ela conta deixando claro em todos os momentos sua força e sua determinação.
Mariléa é nascida em Joinville, filha de mãe catarinense e pai paranaense. Aos 10 anos, veio com sua família para Curitiba. Esta ariana adora o frio, o ar puro de serra e a geada curitibanos.
Muito jovem, aos 25 anos, enviuvou, ficando com dois filhos pequeninos, que ela considera serem a maior obra de sua vida, o seu encantamento.
Profissionalmente, atuou no plenário do Tribunal de Contas do Estado como taquigrafa-redatora por cerca de 30 anos. É uma atividade de grande responsabilidade, pois exige velocidade mental, motora e atenção plena. Teve a seu cargo a chefia desse setor por alguns anos.
Acha que o contato diário com pessoas permitiu-lhe vislumbrar grandes exemplos de vida e foi uma troca de experiências gratificante.
Soube dividir bem o tempo entre ser a provedora de um lar e pai e mãe de uma família, e o desenvolvimento de sua profissão.
Deu ênfase ao estudo de uma língua estrangeira, no caso, o inglês, lamentando não ter aprendido quando criança a língua de seus antepassados austríaco-alemães.
Esteve sempre voltada para as artes, sendo apreciadora de esculturas e pinturas, tendo já tentado algumas pinceladas a óleo sobre tela.
Toca piano desde muito jovem, dedicando-se à música clássica.
Considera, em se tratando de música, a Aquarela do Brasil, um clássico da música popular brasileira. Admira Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga, Noel Rosa, Dorival Caymmi e mais recentemente, Chico Buarque, Tom Jobim, João Gilberto, entre os melhores músicos do mundo no gênero.
Participou de cursos de História da Música para Formação de Plateia Erudita e Popular, com as renomadas professoras Clarice Mello e Liana Justus. Valoriza acima de tudo, o convívio familiar.
Participante do Lions Clube Internacional há 18 anos, como esposa do presidente por duas gestões, teve a incumbência de conduzir os demais membros dessa entidade filantrópica nos trabalhos sociais.
Diz Mariléa que a mulher é o pilar do mundo, orientando os filhos, caminhando ao lado do homem, ou como alfabetizadora, enfermeira, engenheira ou em outras atividades, cada vez mais mostrando garra e vontade de ser útil. A mulher transmite graça ao universo com sua feminilidade, carinho e, por meio de sua intuição, é capaz de romper barreiras.
Nos núcleos menos favorecidos pela sorte, todos, até mesmo os totalmente iletrados, têm tido testemunhos de mulheres com vontade férrea e mesmo sábias, que dividem até seu pouco com outros que menos têm, e outros gestos que surpreendem.
Mariléa gosta de conviver com pessoas, de observar as multidões e tem um ótimo grupo de amigas. Faz parte do English Coffee and Tea, que foi fundado há muitos anos com o intuito de acolher, na sociedade curitibana, mulheres de empresários estrangeiros. É uma convivência enriquecedora, segundo ela.
MARILÉA
Sempre fui uma pessoa que confiou na própria força. Sou católica e vou direto a Deus. Ser religiosa é uma questão de foro íntimo e cada um tem sua igreja em si mesmo.
Noto que muitos, apesar de problemas terríveis, demonstram uma força incrível. É o poder da fé, é o seu Deus interior. Por isso, temos muito para agradecer …
Como lazer, bons teatros, por exemplo, Casa de Bonecas, de lbsen, foi uma peça inesquecível: bons filmes, concertos, balé, danças folclóricas de diferentes culturas, atividades culturais em geral e leituras que enriqueçam o meu espírito.
Meu marido, Edgar Barbosa Ribas, e eu temos gosto por viagens, para conhecer a história das civilizações. Costumo aproveitar desde a preparação, estudando mapas de cada localidade, peculiaridades, depois, o som da língua falada, o sabor das comidas, a música e suas danças, museus, principalmente as cidades medievais. Sou detalhista e fotografo tudo, para depois classificar as imagens avivando assim a história dos lugares onde estivemos.
O maior presente que a vida me trouxe foi ser mãe de Carlos e Paulo Castor. Admiro meus filhos por termos juntos sabido construir uma família, enfrentando os percalços de infância, adolescência, brincando, recebendo amigos, com responsabilidade e energia, tudo na hora certa.
Meu sonho é viver longamente para conhecer o maior número possível de meus descendentes, como as duas netas que já tenho, mais bisnetos, tataranetos, com saúde plena. Quero ver o meu rio fluindo, criando afluentes e desaguando em ricas e poderosas cascatas.
Na virada do milênio: saúde, educação e boa vontade para os povos; que as crianças possam rir e ser respeitadas; presenciar a preservação da Mãe Natureza para as próximas gerações.