Maria Christina de Andrade Vieira participa de diversas instituições de classe. Entre elas o Conselho de Política Cultural do Ministério da Cultura; o Conselho de Política Cultural do Centro Maria Antonia / USP no qual é a única representante da iniciativa privada; como coordenadora do Conselho Temático de Cultura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná; como Vice-Presidente do CIEE/PR e outros. Sua participação em cada conselho é sempre importante. Na USP por exemplo, foi a primeira vez que uma empresária do meio não acadêmico integrou o Conselho e ainda representando outro estado. Assim também aconteceu no ldort/SP onde foi a única mulher a integrar o Conselho e a única pessoa de fora do estado de São Paulo. Pessoalmente, para ela, atuar junto ao Conselho da USP é uma experiência extremamente gratificante porque lhe permite estar em contato com as maiores cabeças pensantes do país.
Maria Christina, nesta fase de sua vida, prefere atuar em instituições sem fins lucrativos voltadas à cultura, ao social e à educação. Mesmo enfrentando todas as dificuldades para sensibilizar a iniciativa privada a participar e investir parte de seus lucros, seja em seu funcionário, seja na comunidade.
Ela está acostumada a ser a única mulher a trabalhar em meio a várias presenças masculinas. Esta convivência fez com que se adaptasse ao modo de atuação dos homens e ajudou a nascer uma super profissional, que acumula os dotes femininos e as qualidades masculinas.
Foi um curso para executivos de grandes empresas brasileiras em São Paulo que mudou os rumos da vida de Maria Christina. O curso abordava posicionamentos de vida. do ponto de vista pessoal e, principalmente, profissional. Foram dez horas diárias durante 14 dias, uma verdadeira imersão, que fez com que refletisse de forma mais madura seu desejo de mudar de vida.
Começou a coletar informações no mercado para abrir sua própria empresa. E assim surgiu a Andrade Vieira Arte, Cidadania, voltada à eventos, promoções e projetos especiais em Marketing Cultural e Social. A empresa, inovadora no Paraná, desenvolveu suas atividades durante três anos e meio, mas, como toda ideia nova, encontrou o conservadorismo do investidor no estado. Enquanto as unidades de promoções e eventos conquistaram o mercado paranaense, o marketing cultural e social caminhou de forma mais lenta. Preocupada em realizar um trabalho de qualidade, sofisticado, ousado nos detalhes, Maria Christina sentiu-se tolhida em relação aquilo que mais gosta – criar.
Nova guinada. Caminhando no parque num fim de semana, resolve encerrar as atividades de sua empresa. Parte para o Canadá por três meses para ampliar seus conhecimentos culturais – como fazer a cultura se viabilizar e acontecer. Estuda, viaja, reflete. Retorna ao Brasil pronta para novos desafios que a apaixonem.
MARIA CHRISTINA
As mulheres de minha geração conquistaram um espaço muito importante na sociedade e pagaram um preço alto. O desafio foi aprender a conciliar a vida pessoal e profissional numa época de profundas e velozes transformações.
A vontade ou a necessidade de mostrar competência, seriedade, profissionalismo fez com que as mulheres desgastassem ou sacrificassem suas relações afetivas. Afinal, conciliar a vaidade feminina, a educação continuada para estar apta a participar do mercado de trabalho, os cuidados e atenção com a família, os desafios da profissão escolhida não foram muito fáceis.
Pessoalmente, quando ocupei cargos de representação, procurei manter uma postura mais conservadora respeitando as instituições e seus associados. Nunca tive uma vida social muito ativa, apenas frequento ambientes necessários ao meu desempenho profissional.
Esforço-me em praticar a filosofia budista a cada dia. Isso exige um exercício constante. Gosto muito de tai-chi-chuan que funciona como uma terapia.
Gosto de trabalhar por um mundo com mais paz, harmonia e justiça social.