Curitiba, 17 de Junho de 1990
Alice Maria Romanó Fatuch; Simples, descomplicada, curte a casa, os filhos e adora um bate-papo. Confessa ser realista e romântica. Alice aprecia festas e pode ser vista freqüentemente ao lado de seu marido, o empresário Marco Antônio de Oliveira Fatuch, atual presidente do Clube Curitibano.
Izza – Como vai a vida?
Alice – Muito bem. Vivo o dia-a-dia que é muito simples, pois sou bastante caseira, o que não exige que eu esteja sempre super arrumada ou preparada para todas as horas. De manhã, o corre¬corre. À tarde atendo os filhos, a parte de aulas, aquele leva-e-traz. Gosto de movimento o que não falta aqui, e de bater papo com minhas amigas que quase diariamente aparecem de passagem para tomar um cafezinho. É ótimo! Assim, ao mesmo tempo que as revejo, estou em casa atendendo os meus três filhos, supervisionando o entra e sai e presente para o que for necessário. À noite eu e o Marco temos saído frequentemente por causa do clube.
lzza – O que você aprecia e o que lhe desagrada?
Alice – Não gosto do inverno, sou louca pelo verão, calor, sol, praia. Nas pessoas não aprecio o esnobismo e a inveja, que dá pra sentir no ar. Em algumas situações sou meio fechada, sou amiga das pessoas que são realmente amigas. No início de uma conversa sou até um pouco tímida mas fico alegre e extrovertida quando sinto reciprocidade. Sou disciplinada com minha vida e aprecio as pessoas que tem horário. Eu, inclusive, procuro sempre atender os meus compromissos porque acho que, como não trabalho fora, tenho obrigação de ser assim. Sou bastante romântica, tanto que meu gênero preferido de leitura é romance, mas ao mesmo tempo sou realista, pé no chão. Admiro a união familiar, principalmente na família do Marco, que todos os domingos se reúne na casa do Dr. André.
lzza – Você já desenvolveu alguma atividade fora de casa?
Alice – Nunca. Já pensei em trabalhar com o Marcos, enquanto as crianças eram pequenas, não deu … E agora que eles estão numa fase boa em que eu poderia atuar se quisesse, pensei bem e vi que não valeria a pena. Existem muitos inconvenientes, por exemplo, se eu trabalhasse fora teria que cumprir horário, não poderia viajar nas férias dos meninos e nem acompanhar meu marido quando necessário. Enfim começar um negócio agora implicaria em ficar me dividindo entre trabalho, casa etc.; eu ficaria descontente porque, quando inicio algum projeto, me jogo de cabeça e procuro a perfeição. Vejo que a mulher agora está conquistando seu espaço, na economia, na política e em todos os setores e admiro-as porque não deve ser fácil conciliar os papéis de mãe, esposa, e profissional. Acho que um desses três pontos ela não poderá atender, pois o acúmulo de funções é muito grande.
lzza – E da nova geração atuante, o que você acha?
Alice – Esta nova geração já está casando, trabalhando, já tem sua vida profissional. É mais fácil porque o marido já entra com outra conotação da vida em casa e não exige determinadas coisas que antigamente exigiria. Às vezes para a minha geração começar alguma coisa, porque casamos para sermos do lar. Se a mulher pretender atuar profissionalmente terá de estar disposta a mudar toda uma estrutura criada no passar dos anos, como por exemplo, a não aceitação dos filhos que estão acostumados a ter a mãe por perto, a não aceitação do marido que não pode contar com a companhia da mulher para viajar porque ela trabalha e não pode se ausentar. Por isso, acho que esta nova geração que divide as tarefas, as coisas se tomam mais simples. Os tempos mudaram.
lzza – Educar os filhos hoje, é difícil?
Alice – Acho que a educação dos filhos quem faz são os pais. O jovem que é bem orientado em casa pelo menos tem mais chance de trilhar um bom caminho pela vida. Quanto à parte do ensino (todo mundo fala do ensino brasileiro) , no ano passado tive a oportunidade de observar alguns pontos. O André ficou um ano nos Estados Unidos e, vendo o programa americano, senti que as nossas escolas estão bem preparadas. O que está acabando com ensino é o vestibular. O tempo que dispensam estudando para vestibular, aquela correria, poderiam estar fazendo o que quisessem dentro da área escolhida por eles. Inclusive, custei a acreditar quando o André me contou que achou a parte de física, Química e matemática mais elementar lá do que aqui. Realmente o nosso currículo é excelente, mas preparado exclusivamente para a Faculdade. Acho sensacional quando a pessoa tem a oportunidade de passar um tempo fora do Brasil. Eu antes de casar, passei oito messes na Bélgica. Por ter sido uma experiência superpositiva, tive coragem de mandar o André e, provavelmente, o Rodrigo tenha também esta oportunidade brevemente.
Izza- Como é sua atuação como esposa do presidente do Clube Curitibano?
Alice – Bem, o Clube Curitibano atualmente é uma empresa. Cada diretor é responsável por um departamento. Então, o papel da mulher do presidente ficou restrito a acompanhar o marido e aceitar as ausência dele, que o cargo impõe. Além do mais, é ele o Presidente. A mulher teria o seu papel na diretoria do Clube se ela fosse uma diretora. O Clube está muito grande hoje, e a área de esportes se expandiu bastante, oferecendo muitas opções. Adoro acompanhar o Marco neste setor, pois é gostoso conhecer pessoas, manter novos relacionamentos, novas amizades. É interessante. Em todas as festas do Clube estamos presentes. A única coisa que mudou é que agora não podemos ir à praia todos . os finais de semana como antigamente, porque sempre há uma apresentação no tênis ou no golfe. O Marco está na presidência há somente seis meses e o período é de três anos. Agora estamos na expectativa do Baile das Debutantes.
Izza – Você aprecia a prática de esportes?
Alice – Adoro andar de bicicleta. Gosto de ver o mau filho Rodrigo jogar golfe e talvez algum dia eu comece a jogar também, pois é um esporte lindo e interessantíssimo! E depois, o campo de golfe do clube está ficando uma beleza e, provavelmente dentro de um ano a sede estará completa com toda a decoração porque o projeto arquitetônico já está pronto. Vamos ver se até o final da gestão do Marco, a irrigação já estará concluída.
Izza – Qual foi a sua maior emoção na vida?
Alice – A maior emoção da vida é ver os filhos nascerem. Indescritível. A maior do ano foi ver o André entrar na Faculdade de Administração de Empresas, realmente é a meta que eu esperava para meus filhos – o ingresso na Faculdade. Vibrei como mãe-coruja que sou. Também fiquei emocionada por terem escolhido o Marco para presidente do Clube Curitibano, fico feliz ao vê-lo cumprindo as metas a que se propôs, cumprindo seu papel dentro da sociedade. Ele é dinâmico, ativo e dedica-se a fundo. Levanta muito cedo e gosta de ter muitas atividades e eu gosto de acompanhá-lo sempre.
Izza – Para finalizarmos, o que você considera gratificante?
Alice – Saber que estou conseguindo cumprir a minha missão ‘de esposa e mãe neste mundo tão conturbado em que estamos vivendo, e que estou alcançando os objetivos a que me propus dentro do meu lar. Eu vivo o dia-a-dia, procuro tirar o melhor de todos os momentos.