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“A mulher está ganhando sua independência” diz Glorinha Vieira Peixoto

Postado em

Curitiba, 18 de Novembro de 1990

 

GLORINHA VIEIRA PEIXOTO; alegre, participante, adora a vida social, e atuar politicamente, tendo se destacado na campanha de seu irmão José Eduardo de Andrade Vieira por sua competência na organização de vários eventos. Hoje ela nos conta o que faz e como pensa. Esta é Glorinha, Sra. José Marcio Peixoto.

 

Izza – Glorinha o que você anda fazendo?

Glorinha – Atualmente tenho me ocupado bastante com artesanato de natal. Antigamente era sócia da Casa do Convite e também representante da Susy Jóias do Rio de Janeiro. Sempre gostei e estive envolvida no comércio de produtos altamente personalizados e de bom gosto. Procuro estar continuamente na vanguarda em tudo aquilo que diz respeito à decoração da casa e a estética pessoal.

Izza: O que você acha de política?

Glorinha – Uma atividade sem a qual o homem não vive. A evolução do homem e a política estão interligadas. Gosto de política e procuro participar quando estou de acordo com a ideologia de meu candidato.

Izza – Você participou da campanha de seu irmão José Eduardo de Andrade Vieira, o que achou da experiência?

Glorinha – Foi gratificante e realmente participei ativamente. Organizei um almoço no qual compareceram mais de três mil mulheres. Foi um acontecimento único na história política do Paraná a presença de tantas mulheres num almoço de adesão num dia chuvoso no meio da semana. Foi uma experiência maravilhosa onde pude constatar o interesse e a participação política da mulher paranaense o que prova que como eu, ela também se empenha quando acredita no candidato.

Izza – Como é o seu dia a dia?

Glorinha – Não estou parada nunca pois tenho mil atividades. Organizo o dia das bordadeiras e costureira do meu atelier de artesanato, preparo encomendas enquanto minha filha está na faculdade. À tarde me dedico a decoração da casa da fazenda que acaba de ficar pronta. É um estudo de estilo arquitetônico, movimento de arte. Visito muitas galerias e antiquários, frequento o Clube e passeio no Barigui para manter a forma.

Izza – O que você acha da situação de vida atual, social-mente e politicamente?

Glorinha – Sem dúvida atravessamos um momento muito difícil, sofrido. O mundo ameaçado de guerras, crises econômicas violentas. O Brasil está praticamente desacreditado politicamente. O povo brasileiro está cansado de planos econômicos fracassados, esperanças frustradas, corrupção e abuso de poder, gerando sentimentos contínuos de descrédito na política nacional. Para não falarmos só de tristeza, a unificação da Europa prometida para 92 é um passo em direção ao mundo melhor. Esperamos que nossos políticos da América Latina saibam seguir o exemplo modificando a nossa economia com o intuito de não sermos mais manipulados pelos países do primeiro mundo.

Izza- Como é a Glorinha mulher?

Glorinha – Vibrante, alegre, arrojada, humana, fiel, sempre convidando amigos e desfrutando da casa cheia de companhias agradáveis. Interessada e participante principalmente na evolução social.

lzza – E como mãe e avó?

Glorinha – Como mãe, sem preconceitos, procurando entender cada passo da nova geração, respeitando a individualidade de cada filho. Como avó, dedicada, pois minha neta passa todas as manhãs comigo, por isso acompanho bem de perto a sua educação, procurando dar-lhe exemplo de trabalho e respeito.

lzza – Como você vê a participação das mulheres atualmente?

Glorinha – Reconheço que ela está cada vez mais participativa. Com muita inteligência ela está ganhando a sua independência e seu espaço.

lzza – Você acredita na libertação total da mulher?

Glorinha – Hoje existe ainda muito machismo, mas acredito que com o tempo a mulher conquista seu espaço. Quando vim do Rio para morar em Curitiba há dez anos, vi que ela era totalmente mãe, esposa e dona de casa. Hoje a mulher está muito mais participativa e atuante, interessada, cobrando e exigindo o seu lugar. Por isso acho importantíssimo o trabalho, porque é só através dele que se consegue a independência.

Izza – Quais seriam os teus planos para o futuro?

Glorinha – Não tenho grandes preocupações com o futuro. Acho que fazendo o melhor hoje, o futuro automaticamente será melhor. Num país em que não se pode planejar nada com antecedência, torna-se difícil fazer planos.

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