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“A busca do crescimento deve ser constante” declara Lorebel Araújo

Postado em

Curitiba, 9 de Dezembro de 1990

 

LOREBEL ARAÚJO; curitibana, mística, adora arte e aprecia o belo. Mãe e esposa .. . dedicada, elegante e agora empresária de sucesso, distribui o seu tempo com habilidade entre seus afazeres do lar e sua boutique “Maison du Cinderella”, sensação na cidade de Palmas. Curte a vida social e está constantemente entre nós, participando e buscando novidades para sua loja. Esta é Lorebel, sra. do fazendeiro e industrial Antonio Alceu Loyola.

 

PESSOALMENTE

Signo: Libra.

Cor: Preta.

Perfume: Dioríssimo.

Hobby: Cavalgar.

Admiração: Minha mãe, Maria Lourença.

Planos: Continuar crescendo.

Elegância: Vestir-se de acordo com a hora certa.

lzza – Conte-nos um pouco sobre você?

Lorebel – Eu sou curitibana e confesso que sinto saudades daquele pique de Curitiba. Nasci aqui, fiz a primeira turma de Desenho Industrial e me formei em Comunicação Visual. Fui para Paris fazer um curso na Sorbonne, voltei, casei e logo em seguida fui morar na fazenda em Palmas onde fiquei sete anos. Enquanto os meus três filhos eram pequenos curti a vida de fazenda como te contei. Cuidava da casa, da parte dos empregados e fazia inclusive aquelas delícias caseiras que a vida de fazenda propicia. Quando os filhos cresceram, vim para Curitiba onde fiquei um ano e decidi começar a atuar profissionalmente. Voltei para Palmas e rapidamente decidi abrir o meu negócio.

lzza – Por que você optou por moda?

Lorebel – Eu gosto muito de coisas bonitas e decidi então ter um negócio onde eu pudesse mostrar e vender as coisas que eu gosto, do meu tipo. Acho que é coisa também para satisfazer o meu ego. Planejei trazer para Palmas uma mercadoria diferente, cheia de bossa, exclusivas, griffes famosas, etc. Planejei tudo sozinha. Comprei uma loja que já existia e com carinho fui montando pouco a pouco a Maison du Cinderella .

lzza – Você está achando gratificante o teu trabalho?

Lorebel – Muito gratificante, pois algumas amigas curtem a loja, acham bonita e sentem-se bem aqui. Pessoalmente acho que agora estou realizando alguma coisa contribuindo para que as mulheres se sintam mais elegantes e desfrutem de uma mercadoria diferente. Gosto muito também do contato com as pessoas. Além de fregueses, são amigas. Trocamos idéias, passando momentos agradáveis.

lzza – Que meios você usa para se manter constantemente atualizada?

Lorebel – No início tive muita ajudá da Viviane da Boutique Contraste de Curitiba. Fui com ela para São Paulo, ela me apresentou para as boas confecções. Assim foi fácil a minha entrada. Viajo constantemente, sempre pesquisando os últimos lançamentos e não repito modelos. Palmas é um centro menor, por isso tomo cuidado para que as peças sejam únicas.

lzza – Com a inauguração da Maison du Cinderella, você sentiu receptividade imediata das pessoas?

Lorebel – Reconheço que minha loja é lindíssima, pois foi idealizada com carinho e dedicação. Meu preocupei com os mínimos detalhes para que desde o início fosse sucesso. No início senti que as pessoas ficaram meio apreensivas, vacilam ao entrar por acharem talvez que os preços seriam exorbitantes. Aos poucos foram entrando, verificando e vendo que estavam errados, pois os preços nunca foram excessivos. Comecei inclusive a receber elogios de pessoas que dizem que eu estou inclusive embelezando a cidade com a abertura de minha loja.

lzza: -O preço de griffes não é incompatível com a situação que estamos vivendo?

Lorebel – Atualmente as· pessoas não estão muito presas a griffes. Estão procurando mercadorias mais acessíveis, mas ainda tenho clientes que fazem questão de qualidade. Pagam um pouco mais mas têm aquela roupa por muito tempo, em ordem,  sem perder a linha. Quem conhece griffe e está acostumada a comprar, sabe que apesar de ser mais cara com o tempo até se torna barata porque não passa, não é roupa de uma só estação.

lzza – E o comércio hoje como está?

Lorebel – Acho que para todos a época está pouco propícia, pois houve uma recessão grande e as vendas caíram. O pessoal está segurando para ver o que acontece. O movimento diminuiu mas não parou totalmente.

Izza – Qual é a medida que você está adotando para contornar a crise?

Lorebel – Estou dando melhores condições de pagamentos além de diminuir o quanto possível os preços. É claro que esta medida exige cautela, mas quando bem pensada, faz com que a mercadoria tenha maior giro. O importante é fazer com que a mercadoria não permaneça por muito tempo nas prateleiras.

lzza – Pessoalmente qual é o seu estilo, no tocante à moda?

Lorebel – Gosto do clássico moderno e entre as griffes citaria a G como preferida e a de Gregório, Faganello, lindíssima.

lzza – O que você curte fazer nas horas de lazer?

Lorebel – Nem tenho tido muitas horas de lazer. O trabalho está intenso e quando saio aqui da loja gosto de ir para casa curtir os meus três filhos, o meu marido. Quando posso antes de deitar, leio alguma coisa.

lzza – O trabalho te faz bem?

Lorebel – Muito. Trabalhar para a mulher ou para o homem é essencial. A pessoa tem a oportunidade de se conhecer melhor e ver até onde vai a sua capacidade. É bem interessante.

lzza – Você é favorável a total independência da mulher?

Lorebel – A mulher precisa ter mais consciência de sua capacidade e de suas limitações, mas isso não quer dizer que ela deve se atirar à independência totalmente. Deve haver um critério muito grande. A medida que a mulher se conhece sabe até onde deve ir, se dá conta de sua capacidade e de suas próprias limitações.

lzza – Como é a personalidade da Lorebel mulher?

Lorebel – Fazer uma auto-análise é difícil mas vou tentar. Sei que sou uma pessoa muito firme. Sou maleável no que posso ser mas quando quero realmente alguma coisa, não desisto. Sou mística, adoro coisas além dos sentidos. Adoro artes, o belo, enfim, faz bem. Não sou uma pessoa temperamental. A característica principal de meu temperamento é ser pacificadora, o mundo seria perfeito se tudo estivesse sempre bem em todos os setores. Sou super otimista.

lzza – E como mãe e esposa?

Lorebel – Reconheço que sou carinhosa, amorosa e muito enérgica. Como esposa sou bastante companheira e sempre dei e dou muito de mim, por isso me considero feliz.

lzza – Você se considera realizada?

Lorebel – Ainda não, porque a gente sempre deve procurar crescer de algum modo. O que eu fiz até hoje já me gratificou, mas sei que posso fazer ainda mais. Eu não aprecio acomodações. A busca do crescimento deve ser constante. Grandes perspectivas dão força para lutar por isso, vou atrás das coisas, abrindo caminho.

lzza – Quais seriam os teus planos para o futuro?

Lorebel – Sei que futuramente quando as crianças estiverem maiores terei que levá-las para estudar num centro maior, em Curitiba talvez. Elas têm que sair, conhecer novos horizontes, outro tipo de vida para mais tarde terem condições de optar.

lzza – Política você gosta?

Lorebel – Gosto e acho que estamos precisando de bons políticos, bons administradores, pessoas conscientes que se dediquem para o bem comum.

lzza – Você é conhecida socialmente por tua constante paricipação. A vida social te atrai?

Lorebel – Eu aprecio muito a vida social, inclusive participo aqui na medida do possível e em Curitiba onde estou frequentemente. Tenho ótimas amizades aqui em Palmas e em Curitiba. É um prazer estar com eles.

lzza – Para finalizarmos, você poderia citar três mulheres elegantes em sua opinião?

Lorebel – Conheço mulheres elegantes aqui em Palmas e em Curitiba. As que acho elegantes, algumas não conheço pessoalmente, mas me chamaram a atenção em alguma festa ou mesmo pelo jornal principalmente neste “Correio de Notícias” do qual sou leitora assídua. Eu citaria Ilze Lambach, Neuza Ábila e Carmen Lúcia Conti como exemplo de elegância.
 

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