Curitiba, 23 de Junho de 2018
Querida Curitiba.
Aqui estamos nós comemorando a existência de Curitiba. Você sabe que não é de hoje que eu te amo, mas se fossemos contar nossa história completa daria um livro. Hoje quero apenas te escrever uma carta, dessas de amor mesmo. Não tem como ser de outra forma, afinal, nosso relacionamento já passou por tantas fases e em todas elas, o que fica marcado é sempre ele, o amor.
Em outros tempos nosso romance era mais inocente- tomar sundae nas Lojas Americanas, passeios na Rua XV, um docinho nas Confeitarias da Família, sem esquecer de passar na Padaria América e comprar uma coalhada na Confeitaria Schaffer. Ah, o cheiro de cada um desses lugares me traz a tona as melhores memórias. Sou cheia delas, uma mais afetiva do que a outra, pois dentre nos duas, eu certamente sou a mais calorosa e você a mais fria. A mais fria do Brasil alguns dizem. Em minha opinião você já mudou muito e hoje em dia, nem é mais tão fria como antes. O tempo e as mudanças da natureza, juntamente com aqueles que vieram de longe para ficar, tem te deixado mais aberta, mais contente e, talvez por isso, mais quente.
Lembra da época dos saraus e bailes de debutantes no Clube Curitibano? De partidas de tênis no Graciosa, Réveillons no Country Club? Como éramos jovens e felizes. Hoje somos mais maduras e muito do que era, já não é mais, embora algumas coisas nunca mudem. A gralha azul continua semeando nossas lindas araucárias e você continua nos presenteando com teus ipês amarelos e roxos que me tiram o fôlego quando menos espero. Eu te chamava de “Cidade Sorriso”, e você me retribuía com o melhor abraço do mundo. Aquele abraço de quem já visitou muitas outras, mas continua te escolhendo para ser minha. Eu não saberia viver em outro lugar.
Não vou te pedir para continuar sendo a mesma. Quero que continue mudando, sendo aquilo que te faz única. Minha perfeita cidade, onde sou e estou, aquela que tornou possível a construção de tanta memória, tanta história, tanta vida.
Parabéns para nós!
Com amor.