No meu primeiro dia na Radiotáxi Faixa Vermelha o céu estava cinzento e a temperatura, antes quente, agora despencava. O amanhecer ensolarado daquele ano de 2001 dava lugar a um típico dia curitibano e enquanto encontrava um lugar para estacionar meu táxi no ponto do Alto da XV, pensava em minha conquista: consegui entrar para a Faixa Vermelha! E o que isso significava? Que eu estava trabalhando na maior central de táxis do Paraná e a primeira a operar no sistema de radiotáxi no Brasil! Eu era jovem e adorava conversar com as pessoas, estava bastante empolgado.
Essa lembrança é muito viva em minha memória. Foi um tempo de planos, de comemoração com a família e de segurança financeira. Afinal, a Faixa Vermelha tinha sido fundada em 1976 e só crescia! Foi a primeira a colocar aparelhos de rádio em todos os carros, fazendo com que o táxi mais próximo fosse localizado rapidamente. Naquele início dourado, a frota era formada basicamente por opalas, considerados os carrões da época, ícones de requinte e sofisticação.
Aliás, foi assim que nasceu um novo conceito de atendimento personalizado, o táxi executivo. É isso mesmo, quem trouxe essa ideia para Curitiba, foi a Faixa Vermelha e eu tinha muito orgulho dessa história, que a partir de agora, eu iria ajudar a escrever. Quando entrei para a Central, nunca imaginei que seria presidente da hoje chamada, Faixa Vermelha Taxi62. Se alguém dissesse isso, eu responderia “Está louco, eu não nasci para ficar numa sala, meu negócio é rodar na rua!” Mas veio o destino e foi moldando as coisas. Comecei como taxista, passei pelos conselhos deliberativo e fiscal e agora, cá estou eu, administrando a central. Operamos em sistema de holding, agregando a Black62, linha exclusiva de táxis executivos e a Táxi333, adquirida recentemente. Nossa sede ainda fica no Bairro Hugo Lange, quase ao lado dos trilhos do trem que cortam a Augusto Stresser. No meio da semana a noite tem uma feirinha com todo tipo de refeição, do pastel ao prato feito.
E já que resolvi falar de gastronomia, deixa eu contar que somos o transporte oficial do Festival de Carne de Onça, o mais curitibano de todos os petiscos. Combina, já que sabemos de cor e salteado todos os pontos turísticos dessa capital que tanto amamos. Quer conhecer Curitiba? Peça um city tour a bordo de um de nossos carros e vai ouvir um taxista apaixonado contar detalhes de cada lugar visitado.
E olha que já passaram pelos nossos táxis, curitibanos de nascimento e de coração, anônimos ou famosos. Na época eram crianças quando andavam em nossos táxis e hoje são doutores, professores em universidades, grandes empresários o que muito nos gratifica. Aliás, teve até parto feito por taxista dentro do carro, dá para acreditar?
São anos de amor pela cidade, prestando o melhor serviço possível com todo orgulho de estar na Capital do Paraná. Esse lugar com um trânsito singular e ruas tão distintas. Temos os paralelepípedos do Largo da Ordem, as vias duplicadas feitas para amenizar os congestionamentos, as mudanças constantes em direções de ruas, feitas para agilizar o fluxo dos veículos.
Dizem que o curitibano é fechado, mas nós taxistas identificamos um nativo assim que ele entra no carro e podemos afirmar que o mau humor é uma lenda urbana! O “boa tarde” tem sotaque bem acentuado. O tempo logo vira assunto. E se sair algum “larguei os bets” durante algum caso, aí sim, fica a certeza de que estamos transportando um curitibano genuíno!
E é por tudo isso e muito mais que a Faixa Vermelha Taxi62 esta à disposição de todos os curitibanos, para seguir escrevendo uma história de amor para essa linda capital!
Viva Curitiba!
Edgard Borges
Presidente da Faixa Vermelha Taxi62