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A melhor arte e aquela que nasce com o artista

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ROSA BRUINJÉ

Simples e cosmopolita, Rosa carrega consigo a dualidade de toda mulher.
Sensível e, ao mesmo tempo, realista, frequenta com a mesma desenvoltura as ruas da cidade e os mais requintados salões, onde se destaca com diplomacia, paz e serenidade.
Consulesa da Holanda e artista plástica, Rosa Bruinjé sabe o que quer, mas sem sonhar em demasia. Com obras conhecidas em todo o país e também no exterior, já participou de diversas exposições, individuais e coletivas.
Correta em tudo o que diz, não esconde que é uma pessoa geniosa.
Ela mesma confessa que quando quer alguma coisa
e decide fazê-la: “sai da frente”. Mas Rosa Bruinjé só quer o bem de todos, principalmente uma sociedade melhor, onde as crianças possam viver felizes e saudáveis.
Rosa é casada com o Cônsul da Holanda, Sr. Tony Bruinjé.

 

IDEAL – Quero um mundo melhor mesmo. Todas as crianças na escola e bem alimentadas. Do desejo à prática, fundei uma creche em Pinhais, a Cruz de Malta, com 100 crianças que estão aos cuidados de religiosas. Depois de 23 anos de muita batalha para mantê-la funcionando, ganhamos um provedor póstumo. Ao morrer, o Comendador Scarpa deixou a herança para a “Cruz de Malta”. E tudo muito bem organizado, com relatórios e prestação de contas.

ORGANIZAÇÃO – Acho que toda residência deve ser gerida como uma empresa. Em casa, quando quero alguma coisa posso achá-la com os olhos vendados, cada coisa está no seu devido lugar.

SER E ESTAR – Apesar de exigente, sou uma pessoa de paz. Não sou briguenta. Separo bem as coisas. Consulesa eu estou e artista plástica eu sou.

ARTE – O conceito de arte mudou muito, mas o artista não pode ser crítico severo de si mesmo. Não deve fabricar demais para não desvalorizar a sua obra e nem copiar de si mesmo. A melhor arte é aquela que nasce com você e no decorrer da vida vai sendo aperfeiçoada. A boa arte mexe com o artista e com as pessoas.

CRÍTICOS DE ARTE- São fundamentais, estudam para isso e nos incentivam. Aqui temos críticos competentes.

CURITIBANOS – Gostam de pintura e também de esculturas. Mas é verdade que nessa relação há uma troca. Damos alegria às pessoas, colorimos ambientes, passamos sentimento. O estilo não importa, o que importa é a arte ser bem-feita.

CRIAÇÃO – Às vezes a gente não consegue produzir nada e às vezes a coisa flui. Quando tenho que voltar muitas vezes para a mesma obra, a deixo de lado. o meu público conhece o meu trabalho, moderno e solto. O Contemporâneo é mais difícil de colocar e muitos artistas do gênero, muito elogiados pela crítica, mas não reconhecidos pelo público continuam lutando. São admiráveis. Quando vejo a minha obra concluída e ela é boa, sinto-me feliz. É uma euforia, uma sensação gostosa.

SONHO -Ternos de estabelecer metas para podermos atingir os nossos sonhos. Temos de saber até onde podemos chegar, mas é preciso trabalhar, lutar, nos aprimorar para chegarmos onde queremos.

VIDA DE CONSULESA-A maior importância que eu acho nela é poder trabalhar com o projeto KAP. Como eu tenho trabalhado com assistência social, este projeto veio a calhar dentro daquilo que faço. De vez em quando atendemos uma entidade ou outra. Este projeto é de pequenas ajudas que vem rápido e uma vez ou outra, vem uma supervisora para fiscalizar a execução do projeto. A Holanda quer que as comunidades carentes se agrupem e procurem fazer algo que traga benefício financeiro para que tenham uma vida melhor.

LUTA – Já fui presidente da Associação Paranaense dos Artistas Plásticos (APAP). Hoje continuo lutando e apoiando os artistas. Apenas o ato de frequentar exposições já é um incentivo ao artista. Um artista deve sempre prestigiar o outro. A luta deve servir para algum bem comum.

SAUDADES – Adoro viver no Brasil, mas adoro também a Holanda. Os dois países são maravilhosos. Cada um com suas peculiaridades e semelhanças. Vivo na Holanda de maneira simples e natural. Os holandeses curtem a natureza, todos trabalham, é um país light, sem excessos. Lá as regras foram feitas para serem cumpridas e não há problemas sociais, miséria … Passo três meses por ano na Holanda e sempre aprendo mais e mais …

PROFISSIONALISMO – Recebi muito apoio da Embaixada do Brasil e da Embaixada da Holanda em Haia quando levei minhas obras para o exterior. Imagine a responsabilidade de expor na terra de Van Gogh … Um desafio e tanto … Para a abertura da exposição, eles contrataram uma francesa que tocava acordeom e cantava. Foi lindo! A minha exposição abria a temporada e todas as grandes revistas falaram sobre o meu trabalho. Sempre que houver exposição nessa galeria de arte, eu serei convidada. Eles estão fazendo o meu nome no exterior e isso é bom. Afinal, a arte contemporânea está mais avançada na Europa. Lá há muito profissionalismo. Quando a obra é vendida, o dinheiro é imediatamente depositado na conta bancária do artista. negócios devem ser bons para ambas as partes.
A minha maior alegria nessa individual foi ver a bandeira Brasileira tremulando ao vento em frente a galeria durante dois meses. Que orgulho, mexeu com o meu sentimento patriótico.

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