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“A fotografia perfeita ainda esta para ser tirada” diz Sonia Tetto Pereira

Postado em

Curitiba, 27 de Janeiro de 1991

 

SONIA TETTO PEREIRA; Ela está completando dez anos de fotografia, profissão que curte e confessa ter paixão. Com vários cursos de especialização, aprimora dia a dia a sua arte, mostrando em seu trabalho talento e sensibilidade. Colaboradora em várias colunas sociais, Sonia nos conta nesta conversa, como desenvolve o seu· lado profissional. Esta é Sonia, Sra. do empresário João Carlos Pereira.

 

JOGO RÁPIDO

Signo: Virgem.

Cor: Preto/Branco.

Perfume: Calandre.

Sonho: Fotografar nas ilhas do Tahiti.

Admiração: Larry, Dale Gordon (Fotógrafo).

Estilo: Composição, ousadia.

 

Izza – Sonia, o que você está sentindo ao completar 10 anos de Fotografia?

Sonia – Este ano, em maio completo dez anos de Fotografia Profissional. Posso. dizer que ainda estou aprendendo. A foto perfeita ainda está para ser tirada. Esta paixão  começou quando eu e meu marido ainda namorávamos. Nossa curtição na época era fotografar, revelar, copiar, ampliar enfim, saborear todas as fases até chegar a dita revelação. Fui gostando, me aperfeiçoando e não parei mais. 

Izza – Em termos financeiros é compensador?

Sonia – Nos dias de hoje, você pode imaginar como é que fica o lado financeiro, mas acho que a satisfação pessoal e o lado espiritual são compensadores.

Izza – Qual seria o ponto fundamental para que uma foto saia perfeita?

Sonia – Posso dizer que é a harmonia. Modelo e fotógrafo devem saber o que estão buscando e para isso deve haver entrosamento, clima informal, desinibição total da modelo, pontos fundamentais para que as fotos saiam bem e não frias sem o devido calor que uma foto precisa.

Izza – Qual é o tipo de foto mais requisitado?

Sonia – Sem sombra de dúvida, as fotos insinuantes. Hoje a forma física, o culto ao corpo tem sido bastante valorizado, consequentemente se a pessoa sente-se bem, bonita, tem condições de estar mais segura e de transmitir mais sensualidade, mais realce, principalmente nos pontos que elas mais admira em si mesmas. Elas gostam de tirar fotos porque é um registro eterno.

Izza – Você fala de fotos insinuantes, qual é o teu estilo próprio?

Sonia – Eu adoro fazer “Portrait”. Mas aprecio também fotos personais que frequentemente são postas em quartos. Ao invés de uma pintura, uma. bela foto para decorar o recanto íntimo de quem nele vive. Qual a mulher que não tem a vaidade de ver uma foto sua, bonita de seu agrado, sendo ela a própria modelo?

Izza – Você prefere trabalhar com fotos coloridas ou em preto e branco?

Sonia – Aprecio ambas, mas as fotos em preto e branco como resultado real de um trabalho me dá mais satisfação. Os contrastes envolvem mais criatividade porque contamos somente com duas cores. Nas fotos coloridas as cores podem criar cenários e climas propícios. A criatividade se torna mais simples.

Izza – Além de tirar as fotos você faz também a revelação?

Sonia – Atualmente não, porque isso me tomaria muito tempo, mas acho fascinante poder realizar um trabalho do começo ao fim. A surpresa da revelação e das técnicas de laboratório que se pode produzir é extremamente gratificante. Uma vez ou outra quando disponho de tempo gosto de viver também esta experiência.

Izza – Neste campo há muita concorrência?

Sonia – Sim e isso é estimulante. Se você não tem concorrência fica limitando a sua própria criatividade, pois as fotos começam a ficar repetitivas e a monotonia se torna uma constante. O descuido é fatal, depois eu sou muito perfeccionista e me preocupo em fazer da melhor forma possível. A perfeição exige qualidade e aperfeiçoamento.

Izza – Foi difícil conseguir o teu espaço?

Sonia – Confesso que o meu começo não foi nada difícil, porque não tive que abrir caminho uma vez que as pessoas me procuravam. Fiz vários cursos e em todos tive a felicidade de ser premiada com o 1º lugar. Isso me animou e me deu garra para ir em frente. Evidentemente comecei pelos amigos, a propaganda boca a boca foi funcionando e o número de clientes aumentando. Depois trabalhei para a Revista “Quem” que me abriu bastante espaço sem falar na experiência que tive em fazer Fotojornalismo e fotos industriais.

Izza – Com a situação atual as clientes diminuíram a procura de fotos?

Sonia – Um pouco, mas já houve uma reação no mercado que me dá muita segurança, principalmente porque minha agenda está repleta até depois do carnaval. Além de trabalhar aqui em Curitiba, tenho muitos compromissos em Santa Catarina onde frequentemente viajo especialmente para fotografar.

Izza – Nestes dez anos qual foi o fato mais curioso que te aconteceu?  

Sonia – Aconteceu em Jaraguá do Sul (SC), onde fiz uma série de fotos num parque lindíssimo/Parque Malwee. O resultado foi frustrante para mim, pois a garota gostou somente de uma foto. Nos encontramos por acaso depois de cinco anos e o interessante é que ela me encomendou a ampliação de toda a série na média de 30 por 45, e porquê? Ela me disse que foram as melhores fotos que ela tirou em sua vida. Achei o fato curioso pelo espaço de tempo.

Izza – O que é mais gratificante em teu trabalho?

Sonia – A satisfação que sinto na hora de apresentar o meu trabalho e ver a expressão de euforia de quem foi fotografado.

Izza – Muitas mulheres sentem dificuldades em distribuir o seu tempo entre o lado familiar e o profissional. Como você distribui o seu?

Sonia – Quando as minhas filhas eram pequenas, eu atuava mais lentamente me dedicando mais a elas, é claro. Mas nunca deixei dê dar atenção ao meu lado profissional. Nunca tive problemas de distribuir meu tempo entre afazeres de casa e trabalho. Com três filhas, Polyanna (12), Martina (11) e Pérola (9) que adoram ser fotografadas, me ajudam muito inclusive com críticas, estou me sentindo cada vez com mais pique e vontade de produzir, produzir e produzir.

Izza – E quanto as aulas de modelo fotográfico?

Sonia – Depois da fotografia o que mais gosto de fazer é dar aulas. Acho que levo jeito e comunicar me dá muito prazer. É estimulante ver uma pessoa chegar com vontade de aprender e a princípio sem traquejo nenhum em frente a uma câmera, terminar o curso alcançando os seus objetivos. Elas saem mais seguras, desinibidas, bem consigo mesmas. É incrível.

Izza – O que você pretende fazer futuramente?

Sonia – Aprimorar mais o meu know-How, Investir em novos equipamentos pois o retorno é garantido, ainda mais quando estamos certos e satisfeitos com a nossa profissão. Também neste ano pretendo realizar algumas exposições para que mais pessoas conheçam o meu trabalho de perto. e, no mais, continuar viajando, fotografando fora também.

Izza – Para finalizarmos a nossa conversa, o que você diria para os que estão começando neste campo agora?

Sonia – Em princípio eu diria que é um ramo apaixonante. Precisa muita dedicação, pesquisa e atualização constante. No fundo, se dedicar de corpo e alma. Diria também que, na foto de paisagem, por exemplo, o requisito mais importante é uma sensibilidade especial para atmosfera e a composição, ao passo que um repórter fotográfico precisa reagir rápido a situações e nuances de expressões e gestos. Para fotos de natureza morta, é mais importante a capacidade de visualização aliada a sensibilidade para a forma e a cor. Para quem quer se dedicar ao portrait, alguns elementos básicos para uma boa foto: simplicidade, contraste, composição emocional da modelo e a arte. E mais: muito trabalho para que seu nome seja reconhecido e lhe dê retorno financeiro.

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