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“ MINHAS EMOÇÕES! ” declara Edgard Katzwinkel Junior

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Curitiba, 03 de Julho de 2018

 

MINHAS EMOÇÕES!

                              O convite da querida Iza Zilli para participar em “Cartas a Curitiba”, obra de sua criação com o objetivo de “… perpetuar opiniões, histórias e conceitos, de registrar o pensamento daquele momento sobre a nossa querida Curitiba”, foi recebido com muita honra e, se puder contribuir com alguma coisa para atender a esses objetivos, ficarei imensamente feliz. 

                        Quando me mudei (sou de Rio Negro/PR, cidade que faz divisa com Santa Catarina) para Curitiba em 1963, esta cidade tinha 300.000 habitantes e aqui instalei-me, com 17 anos de idade, com o propósito de fazer o curso de Direito na Federal e retornar à cidade natal para trabalhar. Fiquei e fiquei para sempre.  Tenho esposa curitibana, filhos e netos curitibanos e posso dizer, sou curitibano, por que aqui fiz a minha vida e aqui construí minha família e meu círculo de amizades.

                        Aprendi a ser curitibano e tenho orgulho disto, por que, afinal, o ser desta terra é diferente e sempre foi comentado pelos demais compatriotas. O curitibano não se compara a nenhum outro brasileiro, por que somos frios, arredios, desconfiados e não é para menos, a nossa cidade é a capital mais fria do país. Mas será que é somente por essa razão? Dizem que o nosso comportamento sofre forte influência da pouca exposição solar, é uma cidade de pouco sol, vivemos quase sempre com dias nublados e muita chuva e isto influencia o temperamento.

                        Pode até ser. O que eu penso, no entanto, é que Curitiba pode ser tudo isto, mas é uma cidade que agasalha e aquele que aqui vive pode aproveitar uma metrópole que tem comportamento de cidade do interior, tem os seus serviços públicos adequadamente instalados e que funcionam. As pessoas podem não ser efusivas, mas são pessoas educadas e que te atendem sempre que necessário. A cidade oferece conforto. Criou o calçadão e mostrou essa urbanização para o país. Criou um eficiente transporte público de passageiros e também mostrou isto ao país. Enfim, nessas coisas básicas e necessárias para o conforto, o curitibano não pode reclamar e somos invejados.

                        Há mazelas, é claro! Curitiba não é uma cidade perfeita. Sabemos superá-las, porém e de alguma forma corrigi-las. Nossos administradores sempre se comportaram com eficiência, com um ou outro defeito, sem grande repercussão.

                        Nesse depoimento, porém, além de descrever o que sinto por Curitiba, é preciso deixar registrada minha experiência profissional, como advogado, como professor e, por último como Procurador da República.  É uma carreira bonita, sem dúvida e tive forte influência de pessoas que muito contribuíram para esse sucesso.

                        Na minha formatura o diretor da Faculdade era o Prof. Egas Moniz de Aragão, jurista de renome internacional e professor respeitado no mundo jurídico nacional. Na minha vida profissional como advogado o meu mestre foi o Prof. José Rodrigues Viera Neto, jurista de grande projeção, com o qual vivi ruidosos processos penais militares no tempo da ditadura, até sua morte em 1973. Por último, como Procurador da República, atividade que desempenhei com muita honra, juntamente com a advocacia, convivi com personalidades da mais alta envergadura. Essa influência permitiu a minha formação e isto eu devo a Curitiba. Feliz o dia em que decidir ficar aqui.

                        Não é possível esquecer a época em que havia trânsito de veículos na Rua XV e circular por ali era compromisso obrigatório, como não é possível esquecer a concentração de cinemas que formavam a Cinelândia. São boas as lembranças da época dos encontros com amigos na Confeitaria Schaffer ou na Confeitaria Cometa (o pão d’água com pernil e verde). Como não lembrar dos grandes papos na Guairacá ou no Bar Cinelândia. Tudo isto é Curitiba.

                        Hoje, Curitiba tem forte presença política e isto, somado com todo o resto, torna a nossa cidade cada vez mais lembrada, aumentando o nosso apreço e o orgulho de ser curitibano. Somos partícipes de tudo isto, ajudamos a formar esse cabedal. 

                        Eu amo esta cidade. Toda carta sempre tem um fecho tradicional, mas só posso dizer uma coisa – Saudações.

 

Autor:

                                   Edgard Katzwinkel Junior – Advogado em Curitiba há mais de 50 anos. Procurador da República aposentado. Professor Adjunto da Universidade Federal do Paraná. Mestre em Direito.

 

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